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sábado, 9 de outubro de 2010

A FESTA DA DEMOCRACIA.

Tempo de eleições! É a festa da democracia, como dizia a música de um candidato por aqui. Muito bonito. Mas sabe aquelas festas, que às vezes passam dos limites e viram uma bagunça só? Me senti numa delas. Pena que nessa não dá pra sair de fininho. Só de avião.

Ressacas de festas da democracia anteriores? Não faltam exemplos.
Mensalão. Dizem que brasileiro tem memória curta. Lembram disso aí? Acho que sim, mas só pra resfrescar a memória: pagamento de propinas a deputados para aprovação de projetos de lei, malas de dinheiro correndo soltas em Brasília para saldar dívidas de campanha, o PT se afundando em um mar de corrupção, tudo comandado por homens de extrema confiança de nosso presidente e ele dizendo que não sabia.

Voltando mais ainda: Collor. A mesma corrupção. A única diferença é que daquela vez o Congresso não estava envolvido, então eles tiveram moral pra dar um chute na bunda do comandante. O que não aconteceu dessa última vez.

Mas voltando à festa em si, por que essa zona eleitoral? (entenderam? entenderam?) Por que Garotinho é campeão de votos no Rio de Janeiro, Heloísa Helena perde para Renan Calheiros eem Alagoas e Tiririca tem votação maior que Plínio Sampaio? Por que candidatos medíocres se elegem com votações medíocres, Weslian Roriz vai para o segundo turno em Brasília (vejam esse vídeo!), Lula apóia Collor, apóia Sarney, apóia Severino, apóia Dirceu e todos apóiam Dilma?

Vou tentar, em vez de ficar só reclamando, entender as causas dessa bagunça e citar minhas humildes propostas de mudança.

Leis eleitorais: um caos. Tentaram dar um jeito com a tal da fidelidade partidária. Realmente melhorou, mas como costuma dizer o Plínio: melhorar não resolve. É realmente frustante ver esse mar de partidos, cada um com menos ideologia que o outro, disputando vagas nas cadeiras de representação do povo. A vaga não é do povo, nem do candidato: é do (argh!) partido político.

Para quem não sabe, as cadeiras legislativas são distribuídas desta maneira: calcula-se um quociente eleitoral, que é igual ao número de votos válidos dividido pelo número de vagas disponíveis. Apenas as coligações que conseguirem atingir um número de votos igual ao quociente eleitoral tem direito a ocupar vagas. Se conseguir ter duas vezes esse número de votos, elegerá seus dois deputados mais votados.

Agora me digam: por que não o simples, eficiente e justo critério do número de votos? O sistema atual abre margem para a briga de candidatos em um mesmo partido, para alianças que já não fazem o mínimo sentido de existir, para a estratégia de colocar celebridades despreparadas para concorrer. Ou você pensa que Tiririca, Romário e Wagner Montes se candidataram apenas porque são palhaços engraçados que querem ajudar o povo?

Definitivamente, nossa democracia é uma zona. Não está dando certo, apesar de dar a aparência de ser perfeita, com urnas eletrônicas e tudo, uai!

Tudo isso nos induz a algumas soluções um tanto óbvias para resolvermos esses impasses, mas que surpreendentemente são muito difíceis de serem implantadas. Primeiro, começar a dizimar esse monte de partidos que tem por aí. Pode ser juntando todos, sei lá. Depois, acabar com a eleição proporcional: os mais votados são eleitos e acabou.

Se a desculpa é a ideologia de cada partido, já está mais do que provado: isso não existe na prática. Você não vota em alguém porque ele é do partido tal. Você vota em alguém por causa de quem ele é. Assim é a vida real.. Ou alguém votou no Romário (PSB) porque simpatiza com as teorias socialistas?

Aí sim, o mais importante, o mais óbvio, e o mais difícil de acontecer: investimento na educação. Só assim nosso país finalmente estará preparado para a dificílima missão de gerir a si mesmo. Com um povo qualificado, não só os políticos serão mais preparados, como todos pensarão melhor na hora de votar e as instituições públicas se tornarão mais eficazes (as que fiscalizam a corrupção, só para citar um exemplo).

Não adianta só crescer economicamente. Se nosso povo não se desenvolver junto, sempre seremos do terceiro mundo. Me desculpem: sei que isso é óbvio, já foi mais que falado. Vocês podem estar de saco cheio. Mas provavelmente vou repetir essa idéia até o fim da minha vida.


Obs: um consolo nessa eleições: Collor não se elegeu!

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